quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Projeto dedica-se ao resgate cultural dos sonetos através da interlocução entre variadas artes

Terceiro título, SonetILUSTRA, chega ao mercado

 

Que questões existencialistas podem ser expressas através de sonetos, suas rimas e métricas não é uma novidade extrema, mas temas como aquecimento global, por exemplo, conseguem ser traduzidos por este gênero literário e ainda juntar ilustrações como forma de olhar o mundo? Segundo Eduardo Maciel, autor do livro SonetILUSTRA (Autografia), sim.

 

O livro - vencedor dos prêmios Troféu Literatura, como melhor livro de poesia do ano, e FeLiNa (Festival do Livro Nacional) como melhor livro do ano por voto popular, ambos em 2020, - assimila sonetos do autor com ilustrações do artista visual Robson Sark.

 

Um dos objetivos do livro é fazer tantas associações quanto possíveis entre o que o autor escreve e a interpretação imagética desse texto. Os leitores também são convidados a sugerir outros desenhos para os sonetos ou, por que não, sonetos para os desenhos?

 

SonetILUSTRA é o terceiro título de uma maratona de sete que devem ser finalizadas até 2022 (com 50 sonetos cada e que podem ser lidos em ordem aleatória, exceto no volume 7º, onde os sonetos seguem uma ordem cronológica de acontecimentos que serão encenados em palco) e dedica-se ao resgate cultural dos sonetos na literatura brasileira, nas 20 formas de concepção catalogadas internacionalmente desde o século XIII.  O autor acredita que o resgate deve acontecer na interface com outras artes pela peculiaridade que os sonetos têm em relação à sua forma e ao conteúdo.

 

O Projeto dos livros de soneto contempla os polares, franceses, shakespearianos, heterométricos, monorrítmicos e petrarquianos e o inédito soneto carioca, criado pelo autor. "Me inspirei na rima via bossa nova, só que na literatura", explica Maciel.

 

Além da função artística do soneto, Eduardo Maciel reforça a função educativa do gênero. "Como são pequenos e têm rimas, é um excelente instrumento para introduzir a Literatura para as crianças", exemplifica ele, cujos sonetos do livro SonetATO, primeiro desta série, foram adotados por colégios da região metropolitana do Rio de Janeiro, assim como o SonetIMAGEM, acolhido como material paradidático por instituições educacionais como o Colégio Pedro II, também na capital fluminense. 

 

SonetILUSTRA conquistou pelo Edital da Lei Aldir Blanc a possibilidade de produzir vídeo aulas sobre fluidez da arte, importância cultural da multidisciplinaridade de linguagens da arte interagindo, relevância dos sonetos e a relação entre poesia e qualidade de vida. Essas aulas serão veiculadas em toda a rede pública de ensino do município do Rio de Janeiro.

                                            

Outra novidade é o lançamento de um curta-metragem sobre este terceiro título, cujo lançamento virtual está previsto para fevereiro.

 

 

OS LIVROS

 

- SonetATO – lançado em 2018.

 

- SonetIMAGEM – lançado em 2019.

 

- SonetILUSTRA – 2020.

 

- SonetERROR - sonetos focados no gênero de suspense/thriller ou terror, até hoje apenas explorado em prosa e não em verso. A ideia é torná-lo público em feiras do gênero, como ativação. 

 

- SonetONS - sonetos musicados com cifras para violão e QR code no livro para acesso às 50 músicas e show itinerante.

 

- SonetEMPERO – sonetos articulados com a temática da alimentação saudável, culinária entendida como arte e como promoção da saúde e do prazer na alimentação, para encerramento do projeto. 

 

- SonetEATRO - sonetos conversando com artes cênicas. Haverá uma peça itinerante mediante inscrição em editais, na qual a fala dos personagens são os versos dos sonetos. Único que precisa ser lido em sequência, e onde todos os 50 sonetos serão do tipo italiano.

 

 

O AUTOR

Eduardo Maciel canta, compõe, fotografa. Como poeta, encabeça este Projeto de sete livros para o resgate cultural dos sonetos. É co-autor na antologia de "O lado sombrio do Sitio", em alusão à obra de Monteiro Lobato, e "A Era dos Mitos" e "Noturno".

 

Acadêmico correspondente da Academia Internacional de Letras, Artes e Ciência, onde ocupa a cadeira 170, Eduardo Maciel é jurado de concurso literário no Diário da Poesia (categoria crônicas/adulto). Vencedor dos concursos literários Jovem Embaixador, Sarau Brasil 2019 (poesia), Almas em prosa e verso 2019 (na categoria poesia) e Poesia Agora 2019, tirou o sexto lugar no concurso poético "Paquetá em Prosa e Verso" e é um dos vencedores do concurso nacional "Poetize 2020".

 

Assinou a curadoria da "EXPO SonetIMAGEM", colabora com a Revista Kuruma'tá, escreve roteiros de teatro e é intérprete de samba-enredo da GRESV Pau no Burro, julgador de bateria do Carnaval Virtual no Rio de Janeiro e componente da Ala Cheyenne do Cacique de Ramos.

 

 

O ILUSTRADOR

Robson Sark é artista visual, grafiteiro, tatuador, customizador de objetos, pintor, desenhista e ilustrador.

SERVIÇO
SonetILUSTRA

Editora: Autografia
Formato: 14x21 cm // Páginas: 206 // Preço: R$ 36,00


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Fwd: Emissão especial marca ano internacional de eliminação do trabalho infantil



---------- Forwarded message ---------
De: MT - Correios - Imprensa - Caixa Postal <mtimprensa@correios.com.br>
Date: sex., 29 de jan. de 2021 às 15:30
Subject: Emissão especial marca ano internacional de eliminação do trabalho infantil
To:



Emissão especial marca ano internacional de eliminação do trabalho infantil

Neste sábado (30), entra em circulação a emissão especial que marca 2021 como o Ano Internacional de Eliminação do Trabalho Infantil, em apoio às ações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).

No edital de lançamento, Martin Georg Hahn, diretor do Escritório da OIT no Brasil, destaca que, além de ilegal, o trabalho infantil priva crianças e adolescentes de uma vida normal, impedindo-os de frequentar a escola, estudar e desenvolver, de maneira saudável, as suas capacidades e habilidades. A eliminação desse problema é uma das prioridades da atuação da OIT, em sua missão de promover a justiça social e o trabalho decente para todas as pessoas.

Já o procurador-geral do Trabalho (MPT), Alberto Bastos Balazeiro, e a coordenadora nacional da Infância (MPT), Ana Maria Villa Real, lembram que a Constituição Federal, em seu art. 227, estabelece ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde e à educação, entre outros, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

"A emissão, pelos Correios, de um selo postal referente a 2021 como o Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil, tem por intuito mostrar à sociedade que crianças têm direitos a cuidados e assistência especiais, devendo viver plenamente a infância em um ambiente sadio e plural, bem como a urgência de se erradicar o trabalho infantil no Brasil, ferida social que tem como causas o racismo estrutural e a pobreza", apontam os juristas do MPT.

A emissão – Com arte de Lídia Marina Hurovich Neiva (Correios), os selos – nos modelos gomado e autoadesivo – são ilustrados com várias crianças juntas, representando a diversidade, e a hashtag da campanha #ChegadeTrabalhoInfantil. A parte esquerda dos selos possui o desenho de um cata-vento colorido de 5 pontas, símbolo mundial da luta contra o trabalho infantil. Foram usadas técnicas de ilustração vetorial e computação gráfica.

O selo couchê autoadesivo tem tiragem de 1 milhão de unidades. A versão couchê gomado, 160 mil unidades. Ambos, com valor de 1º Porte da Carta. A emissão estará disponível na loja virtual e nas agências dos Correios de todo o Brasil.

 

 


quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Sutilmente

Espero que tudo acabe sutilmente:

Que o céu desabe sobre a terra

E o planeta caia no vão do universo infinito.





quinta-feira, 23 de julho de 2020

Exposição Virtual Coletiva Corpus Pretus

Da Assessoria | A Exposição Virtual Coletiva Corpus Pretus reunirá virtualmente sessenta e quatro artistas (64) de Mato Grosso e outros estados brasileiros como Bahia, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraná,São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, além de uma artista brasileira residente na Alemanha. Amostra terá obras em pinturas, fotografias, colagens, aquarelas, artes digitais, esculturas, xilogravura, técnicas mistas, performances de cantorias e poesias, que manifestam a potência criativa das raízes africanas em nossa cultura. 

A plataforma virtual será lançada no Sarau de abertura nestesábado, 25de julho de 2020às 19horas (horário de Cuiabá MT) na plataforma Google Meet no seguinte link https://meet.google.com/gun-fraf-mfq. Data importante para o movimento negro, pois é comemorado "Dia de Tereza de Benguela" e "Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha".

A exposição é a primeira atividade do Centro Cultural Casa das Pretas e marca as comemorações do mês julho das pretas. A Casa das Pretas écoordenada por Paty Wolff em co-gestão colaborativa de Gilda Portella, Natália Nogueira, Isabella Ferreira, Antonieta Costa, Jackeline Silva e Juliana Segóvia. A Casa das Pretas é fruto de um sonho gestado dentro do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (IMUNE MT) em promover e dar visibilidade principalmente a artistas negros e negras de Mato Grosso.

Com o tema"Corpus Pretus", quer ressignificar o olhar do expectador sobre os "Corpus pretus" marcados, torturados física e emocionalmente pela Diáspora Africana e período escravocrata no Brasil, que reverbera ainda nas relações sociais. "Corpus pretus"invisibilizados e sem representantes nos espaços de poder. Visões estereotipadas, que hiper sexualizam esses corpus.  Enxergar "Corpus Pretus" com afeto, respeito e empatia, eis o resultado do novo olhar descolonizado. "Corpus pretus"merecedores de autoestima, dignidade e oportunidades, com suas múltiplas identidades reconhecidas.

Assinam a curadoria da exposição Paty Wolff (artista visual e geógrafa) e Gilda Portella (artista visual e historiadora).

Para Paty Wolff, "é cada vez mais necessário canais de comunicação aberto às artes criadas para artistas negros e aqueles, que subscrevem suas artes em não reafirmar o padrão excludente. Além disso, os artistas necessitam de visibilidade de suas obras, e o mundo virtual é um reinventar-se neste momento de pandemia do COVID-19".

Para Gilda Portella a exposição "permitirá ao expectador se sensibilizar com a multiplicidade afro-brasileira em vários saberes e fazeres artísticos, percebendo quão rico e múltiplo é o berço africano, formador da força do patrimônio cultural brasileiro."

A seguir, os artistas participantes: Ade Moreira, Adelina Barcelos, Airton Reis, Amanda Bambu, Ana Cacimba, Andréa Penha, Anna Maria Moura,  Antônio Carlos Ferreira (Banavita), Barbra. Ilustra,  Carina Valéria, Karla Mesquita, Célia Soares, Clau Costa, Cláudia Lara,  Cléia Melo, Cunto Neto,  Denissena, Diego Roberto de Oliveira Freitas, Dilson de Oliveira, Elaine Fogaça, Eliana Brasil, Érica Bastos, Eugênia Santana Goulart, Fred Gustavos, Helenice Faria, Isla Castro, Jacinaila Ferreira, Janaina Monteiro, Jefferson Gomes, Jenifer Costa, João Almeida, Karla Mesquita, Kênia Coqueiro, Laine Machado da Silva, Leandro Guimarães, Leandro Kelven, Leonardo Leoni, Letícia de Oliveira, Lia Amazonas, Lindalva Alves, Lourdes Duarte, Luana Soares de Souza, Luara Caiana, Lupita Amorim, Maria Fernanda Ferreira, Marta Azevedo, Meg Marinho, Miriam Venâncio, Murilo Kauê, Nhantumbo'space, Raimundo Mario Bomfim Passos, Raquel Bacelar, Raquel Silva, Regina Ortega Calazans, Rita Delamari, Rosângela Maria de Jesus, Rosylene Pinto, Sara Maria, Silvana Maris, Silvia Turina, Sônia Nigro, Sophia Cardoso, Terezinha Malaquias, Vanney Neves  e Vera Paixão.

 

 

Realização

Centro Cultural Casa das Pretas

Instagram @casadaspretasmt

casadaspretasmt@gmail.com


quinta-feira, 9 de julho de 2020

O Coophema Sem Marília Beatriz de Figueiredo Leite

O Coophema está menos poético agora
depois da partida de Marília Beatriz
Cuiabá pós-pandemia, sem Marília
não será a mesma, nem a Academia

Tudo que nos consome é a dor da partida
a dor da não despedida, a dor não repartida
– O coronavírus, vamos combinar, é uma merda

O Coophema sem Ricardo Dicke e sem Marília
virou um bairro comum, sem graça, sem poesia. 

terça-feira, 7 de julho de 2020

Adensamento Urbano Pós-Pandemia, artigo de José Lemos

Por José Antônio Lemos | Preconizado nas últimas décadas pelo Urbanismo e agora contestado pela pandemia da Covid-19, o adensamento urbano foi um dos destaques em recente discussão virtual promovida pela Academia de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso – AAU/MT. Esta discussão envolvendo saúde e desenvolvimento urbano vem pelo menos desde meados do século XIX, com o avanço da Revolução Industrial e o surgimento das primeiras metrópoles, cidades medievais crescidas em tamanho e população sem quaisquer cuidados, em especial os sanitários. Deu em colapso forçando as primeiras leis urbanísticas, que, por sinal foram leis sanitárias, em Londres e Paris. Daí essas discussões não pararam mais. 

     A Carta de Atenas em 1933 falava em densidades entre 250 a 300 hab/ha, o que jamais chegou a ser consenso. Enquanto Frank Lloyd Wright propunha 10 hab/ha em sua Broadacre City, Le Corbusier, defendia 3.000 hab/ha em seu Plano Voisin. Cuiabá tem uma densidade urbana bruta próxima a 24 hab/ha, cerca de 1 décimo da prevista pela Carta de Atenas! Há alguns anos Cuiabá tinha quase 50 mil lotes urbanos oficiais ociosos com moradores esparsos, mas com arruamento e, possivelmente, água e energia elétrica, o mínimo exigido para se implantar um loteamento na época, pois os moradores ainda que esparsos também tem direito a eles. Tem até glebas urbanas em algumas avenidas principais. Ônibus e caminhões de lixo andando a mais, tubulações, fiações, serviços, iluminação pública desperdiçados, encarecendo operacionalmente a cidade! Impede a elevação dos padrões urbanísticos.  

     As cidades são como organismos vivos.  Com suas peculiaridades, cada cidade é única. Cidades-tipo só existem na teoria e soluções-tipo também só podem existir na teoria como padrões de referência geral para discussões em tese, mas sua aplicação tem que ser individualizada pelo urbanista e com a ciência do Urbanismo, conforme cada caso. Por exemplo cidades com risco de terremotos tendem a ser espraiadas (México, Los Angeles). Cidades muito planas favoráveis a alagamentos, como nossas belas cidades do agronegócio, sugerem a compacidade e o consequente adensamento para redução da área de captação das chuvas.

          Densidades muito baixas se referem à cidades com infraestrutura ociosa. Para estas sempre falaremos em aumentar a densidade urbana ao menos como forma de reduzir os custos operacionais da cidade. Por isto a Lei do Uso e Ocupação do Solo Urbano de Cuiabá em 1997 adotou o paradigma de "crescer para dentro", como estratégia para a ocupação de seus espaços vazios e otimização da infraestrutura existente. A mim a estratégia continua correta. Mas, adensar até quando? Até quando a curva do custo operacional da cidade cruzar com a das deseconomias ou desconfortos urbanos, dependendo do estudo de cada caso. A grande maioria das cidades brasileiras está muito longe disso e o imperativo do adensamento racional deve permanecer, acompanhado dia a dia pelos profissionais competentes. Mantidos o atual perímetro e o ritmo oficial subestimado de crescimento populacional, Cuiabá levaria cerca de 80 anos para dobrar sua densidade. Mesmo assim, ainda que lento, é melhor reduzir custos do que aumentar.

     Sem esquecer a dimensão política, a cidade é um objeto técnico complexo que se transforma cotidianamente e deve ser tratada tecnicamente de forma sistemática e permanente. Espero que uma das grandes transformações trazidas pela pandemia seja a do próprio homem na sua forma de ver a cidade e o Urbanismo, sua ciência. E em especial transforme a nós próprios, arquitetos e urbanistas, para que assumamos enfim a responsabilidade de protagonistas como orientadores do cidadão na construção da cidade, sua grande casa e seu bem maior. 

JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS, arquiteto e urbanista, é conselheiro licenciado do CAU/MT, acadêmico da AAU e professor aposentado.