domingo, 19 de abril de 2020

Como uma teoria

Como descansar no bosque,
Como brincar com as crianças,
Como sentir de novo a grama,
Como voltar a ter esperanças?

Como? – A resposta é complexa
A massa caminha com pressa
Depressa! Depressa! Diz a voz
Atroz e nem sabemos de quem é

Respondemos sem familiaridade
Num impulso, dentro do prazo
De validade e não sermos descartes...

As artes só desperta alguns de nós
Alguns uns, nunca dois de uma vez
Para que só se saiba onde é a saída.

#ImitaçõesDeSoneto

Tem Horas que o Dia Passa

Tem horas que o dia passa, a noite vadia
E eu, cara a cara, fico perdido nesse pensar
Sem decifrar que os passos lentos continuam
Pela estrada sem memória de pés ingratos

Outras horas, o dia a dia não se repete
E se sente o pulsar da vida na mata, na veia
Dos rios, córregos, mares e oceanos
Entre ruas, avenidas, vielas e fábricas cidades

Todas as gentes são idênticas: horas manhãs,
Madrugadas, noites e amanheceres de luzes
Que se intercalam minutos de entardecer
De tentar decifrar qual o caminho escolhido...

Nada, porém, supera a esperança certeira
Que a vida, embora de passagem, é eterna.

#ImitaçõesDeSoneto

Olhos Vendados

Este momento que vejo tudo, embora de olhos fechados,
sigo (como é possível seguir) rumo ao norte prometido
Uma visão panorâmica de olhar, como de soslaio,
de olhos fechados e vejo o infinito que nunca se acaba
e do infinito dos olhos vejo outros olhos sem fim

Sigo pelos caminhos infinitos, entre lágrimas e estrelas,
que percorrem por todo nossos sentimentos e ver que
mesmo os caminhos finitos, felizes ou tristes, são iguais
E registram as pegadas de todos os caminhantes
cósmicos – independente do carma – de forma simples...

Todos os caminhos são iguais, desd'as águas do Pantanal,
a foto dum segundo da galáxia do telescópio Hubble,
assemelham-se aos universos microscópicos laboratoriais
e podemos ver, sentir e distinguir com olhos vendados.

#ImitaçõesDeSoneto